sábado, 15 de junho de 2013




Sequência Didática do texto :Meu primeiro beijo
De:Antonio Barreto
Público alvo 8º e 9º ano

Antes da leitura


Contextualização:

Leitura e análise dos quadro:O beijo de August Klimt e Romero Britto





I -Fazer um questionamento a partir das imagens como:
* O que a imagem representa?
*Há uma idade certa para beijar?

II- Audição e leitura de músicas de estilos diferentes:

- Beijinho doce - Irmãs Galvão
- Já sei namorar - Tribalistas
* Qual estilo lhe agradou mais?

Durante a leitura


IV - Leitura em grupos com pesquisas de palavras desconhecidas

* Leitura compartilhada
Atividades
a) Destaque as características físicas e psicológicas das personagens
b) Observe o foco narrativo. Como é chamado esse tipo de narrador?
c) Relacione o apelido da personagem masculino "Cultura Inútil" a linguagem desta personagem
d) Destaque as marcas do tempo com passagens do texto
e) Relacione o dito popular "A primeira impressão é a que fica". Isso se confirma no texto?
f) Comente o desfecho do texto"...e foi ficando nisso normal".

Depois da leitura


V- Produção escrita para 9º ano - texto narrativo

A partir do tema produzir contos em grupo com ilustração
*Produto final confecção de um livro que será doado à sala de leitura

Produção escrita para o 8º ano - texto prescritivo

Produção de um manual do beijo
Produto final montar um painel ilustrativo para o dia dos namorados.

Também seria apropriado assistir ao filme"Meu primeiro beijo", que fecha bem com assunto trabalhado.

Após ele fazer uma resenha ou mesmo tecer comentários a respeito da contextualidade entre o filme e o texto.

Meu Primeiro Beijo

Antonio Barreto


É dificil acreditar, mas meu primeir beijo foi num ônibus, na volta da escola. E sabem com quem? Com o Cultura Inútil! Pode? Até que foi legal. Nem eu nem ele sabíamos exatamente o que era "o beijo". Só de filme. Estávamos virgens nesse assunto, e morrendo de medo. Mas aprendemos. E foi assim...

Não sei se numa aula de Biologia ou de Química, o Culta tinha me mandado um dos seus milhares de bilhetinhos:

" Você é a glicose do meu metabolismo.

Te amo muito!

Paracelso"

E assinou com uma letrinha miúda: Paracelso. Paracelso era outro apelido dele. Assinou com letrinha tão minúscula que quase tive dó, tive pena, instinto maternal, coisas de mulher...E também não sei por que: resolvi dar uma chance pra ele, mesmo sem saber que tipo de lance ia rolar.

No dia seguinte, depois do inglês, pediu pra me acompanhar até em casa. No ônibus, veio com o seguinte papo:

- Um beijo pode deixar a gente exausto, sabia? - Fiz cara de desentendida.

Mas ele continuou:

- Dependendo do beijo, a gente põe em ação 29 músculos, consome cerca de 12 calorias e acelera o coração de 70 para 150 batidas por minuto. - Aí ele tomou coragem e pegou na minha mão. Mas continuou salivando seus perdigotos:

- A gente também gasta, na saliva, nada menos que 9 mg de água; 0,7 mg de albumina; 0,18 g de substâncias orgânica; 0,711 mg de matérias graxas; 0,45 mg de sais e pelo menos 250 bactérias...

Aí o bactéria falante aproximou o rosto do meu e, tremendo, tirou seus óculos, tirou os meus, e ficamos nos olhando, de pertinho. O bastante para que eu descobrisse que, sem os óculos, seus olhos eram bonitos e expressivos, azuis e brilhantes. E achei gostoso aquele calorzinho que envolvia o corpo da gente. Ele beijou a pontinha do meu nariz, fechei os olhos e senti sua respiração ofegante. Seus lábios tocaram os meus. Primeiro de leve, depois com mais força, e então nos abraçamos de bocas coladas, por alguns segundos.

E de reperente o ônibus já havia chegado no ponto final e já tínhamos transposto , juntos, o abismo do primeiro beijo.

Desci, cheguei em casa, nos beijamos de novo no portão do prédio, e aí ficamos apaixonados por vária semanas. Até que o mundo rolou, as luas vieram e voltaram, o tempo se esqueceu do tempo, as contas de telefone aumentaram, depois diminuíram...e foi ficando nisso. Normal. Que nem meu primeiro beijo. Mas foi inesquecível!

BARRETO, Antonio. Meu primeiro beijo. Balada do primeiro amor. São Paulo: FTD, 1977. p. 134-6.






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